segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Para que serve a televisão?

É cada vez mais preocupante como os meios de comunicação, especificamente a TV vem perdendo sua função: ao invés de ser um veiculo de informação, muitas das vezes, não passa de um condutor de deformação do povo, já que sua função é de difundir e, prioritariamente, legitimar as idéias da classe dominante. Se não for exagero, a opinião da maioria das pessoas é formada exclusivamente a partir da televisão, talvez seja por isso que, o educador, Moacir Gadoti (2001) afirma que o controle dela pela burguesia é mais ostensivo do que a escola. Não é por menos que pesquisas têm demonstrado que a televisão está presente em 96% das residências brasileira. E, talvez seja por isso, ela é um dos meios de comunicação que procura garantir, senão valida, a homogeneidade de pensamento de quem dela assiste.

Mesmo distanciando da TV, qualquer um pode acompanhar as informações a partir das pessoas que a assistem, vez que as notícias aparecem como se fossem verídicas, devido à inexistência de crítica por parte destas. Destarte, os comentários apregoados, advindos dos programas, jornal, etc., são falados numa mesma cor – um verdadeiro ready-mode! Isso fica, ainda, mais visível quando acontece algo de maior repercussão, a exemplo dá morte de uma artista famosa; um acidente envolvendo um grande número de pessoas, enfim; quando ocorre qualquer bestialidade!

Se reparássemos bem, as informações divulgadas nos diversos canais televisivos, sobretudo nos noticiários, são quase às mesmas. Portanto, não difere muito em quase nada uma da outra, exceto alguns comentários extravagantes ou a ordem delas no telejornal. O que demonstra haver um forte cartel também nesse espaço.

Nascida no útero da Ditadura Militar, a rede globo parece ser o único canal que tem o poder de assegurar notícia de cunho público de primeira mão, embora não se entenda o porquê dessa prioridade. Infelizmente isso acontece. A ‘atenção’ recebida nos diversos espaços, a exemplo de informações obtidas pelo Congresso Nacional, outras cedidas pela Policia Federal explícita muito bem isso.

Como se tudo isso não bastasse, há uma grande exacerbação na venda de produtos pela TV, quão fossem poucas as grandes propagandas veiculadas veementemente nos longos intervalos. Quando, muitas vezes, embutidas nas novelas, filmes, programas “interativos” e até mesmo nos telejornais. Por vergonha nacional, há até canais exclusivamente com finalidade de vender; sem contar também nos que são usados para disseminar algumas religiões. Salientando que futebol tem cadeira cativa em vários horários difundidos como “nobres”.

Diante disso, quase não existe nenhuma preocupação em fazer com os(as) telespectadores(as) tenham uma visão crítica sobre os programas que são transmitidos. Sendo que, na televisão, não há brecha para que isso ocorra, já que existe grande massificação das notícias, pois toda programação está imbuída para essa natureza. Nessas circunstancias, não resta dúvida que a função da televisão brasileira é cooptar as pessoas para torná-las alienadas, de modo que possa vender “as mercadorias enlatadas” ao seu bel prazer.

Não é à toa que há uma exploração muito grande dos meios audiovisuais, sendo que esses têm uma facilidade de pentração no cerebro, além de manter as pessoas concetradas e dósseis por mais tempo.

A esperança de uma TV, com a função que deve ter, talvez precisa ser ainda gerida nos guetos, assim, como acontece com as alternativas rádios comunitárias. Oxalá!

Justino Cosme, estudante

Um comentário:

  1. E a aposentadoria como fica? Dizem que a globalização modificou a cultura e a revolução tecnológica transformou a cartilha de todos os meios de comunicação de massa. Pode ser até verdadeira a afirmação, mas o que acontece na realidade é que as concessões de funcionamento estão nas mãos de empresários e políticos.

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