sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A besta fera sorriu para mim

Pela TV, deparei com um bicho de sete cabeças e de vários braços. Devido à sua queda, ele estava com diversos sintomas de doenças, de feiúra sem igual, indicado por economistas que dizem entender muito bem do assunto. Desde febre alta, agitação, dilaceramento dos órgãos e até suspeita de parada cardíaca, demonstrava ter. Ainda assim, conseguia respirar pelos balões de oxigênio dos caudatários, que não deixa-o, sobretudo, nos momentos mais agudos.

Na maioria das vezes, ele se apresenta igualmente uma pessoa virtuosa, e tem uma beleza abundante comparada a Psiquê, assim, se veste todo de azul. Mas em sua euforia, se traja de vermelho. Esse é o sinal da sua monstruosidade maior, e é aí que incide o perigo. Muitos dos membros se degeneram e, dependendo de cada caso, outros se fortalecem.

Para que ele saia da precariedade e do mal-estar, aumentam-se os preços da alimentação, saúde, educação, moradia, dentre outros. Corta-se verba pública para isso, para aquilo, enfim, contenção de gasto da política do Bem-Estar Social – para não dizer neoliberal!

Qualquer sinal de manifestação popular, a besta fera fica furiosa, assim, os trabalhadores (as) são “degolados (as)”. Na verdade, é devido a esse fator que a economia oscila como mariolas. Nas alturas, sobe os mercenários, quando a pressão está em baixo, salve se quem puder!

Infelizmente, poucas são as pessoas que conseguem enxergá-lo pela TV, menos ainda são as que sabem de que bicho se trata; uma vez que ele tem sete cabeças, mas se veste de um arcabouço de palavras “sofisticadas” – um empório de nomes difíceis, quando não muitas das vezes por “transação” de siglas, a exemplo de Debênture, Broker, BM&F, Nasdaq, BOVESPA, etc. – uma assombrosa feira franqueada a comercialização de ações e títulos.

No entanto, nos telejornais, especificamente, fala a respeito desses e de dezenas de outros nomes complicados como se fossem comum aos expectadores(as), com o intuito de escamotear o bicho de sete cabeças. Na intimidade, alguns chamam de bolsa de valores – coisa de quem entende do assunto. Portanto, não considero que tenha muito valor assim, já que ele não respeita a vida, sobretudo, de quem não tem moeda forte para alimentá-lo. O que vejo, é mesmo um bicho esquisito, e que não come somente criancinhas.

Justino Cosme, estudante,

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