sábado, 18 de setembro de 2010

A foto do finado Zé Pau D'água

Na empresa que eu trabalho, poucos dias atrás, estava em reforma do prédio. Então, havia um pedreiro e um servente que faziam a obra. Este era uma pessoa calada, porém aquele era uma pessoa que gostava de fazer “resenhas”, pois falava e brincava com todos os empregados; além de fazer sempre questionamentos diante dos fatos ocorridos no mundo, também com toda sua vizinhança, e de nós trabalhadores da agência.

Considero Moises, o pedreiro, um sujeito muito inteligente, ainda que tenha estudado tão pouco ou quase nada, porque suas reflexões são arregimentadas com fortes argumentos. Claro que algumas vezes desliza nas suas pilhérias e em seus posicionamentos, todavia, nunca dá o braço a torcer, pois sempre demonstra ser o dono da razão. E tem opinião formada para discutir qualquer assunto. Se brincar, sabe quantas estrelas há no céu!

Na segunda-feira, aparentemente, o artífice produzia menos, devido ter uma bagagem de novidade de informação para contar para nós, porque no sábado e domingo armazenava muitas notícias da Vila onde morava. Como se tudo isto não bastasse, chegava sempre com ressaca, já que apreciava uma pinga brejeira sem moderação, aliás, isso era comum no decorrer da semana.

Apesar de está sempre por cima nas brincadeiras que fazia, o operário viu-se numa situação nada delicada, porque um dos colegas de trabalho, sem que Moises percebesse, ficou uma semana assustando-o, com uma “Lembrança de Finado” de outro ex-colega nosso, que havia falecido por conta de cirrose.

Arthur pegou a foto e botou na bolsa, juntamente, com os materiais de trabalho de Moises. Quando este ia pegar um instrumento de trabalho, levou um susto ao deparar com a lembrança, e sem entender o que havia acontecido.

No dia seguinte, e por um descuido do pedreiro, Arthur pegou a foto e colocou ao lado da pia do banheiro. No momento que Moises virou para fazer um reparo no lavatório, levou um susto, já que havia deixado a fotografia em outro local. Sem entender, e assustado com tudo aquilo, o operário quis saber quem tinha colocado a imagem ali. Como ninguém disse nada, e, implicitamente, morrendo de sorrir, o pedreiro nada desconfiou. Assombrado, ficou ali olhando para lembrança e tentando desvendar aquela passagem cinzenta.

Em outro dia, Arthur pegou a foto e colocou sobre a colher do pedreiro. Quando este ia usá-la e, sem perceber que a gente via-o com medo, espantou com o suposto andarilho da imagem. De novo, perguntou quem havia colocado a foto sobre sua ferramenta, mas todos fizeram de arrogado. O colega que estava por trás de toda gaiatice, disse para o pedreiro que todo acontecimento da “aparição” da lembrança do finado, poderia ser um aviso para que ele parasse de ingerir bebida alcoólica. No entanto, ele quis gozar de toda conjuntura, todavia conformou e ficou calado.

Quando o colega ia dando outro susto no operário, colocando a foto na luva dele, Moises chegou na hora. Então, disse: - esse é o aviso que o Sr. Zé Osmar quer deixar pra mim?

Depois de toda brincadeira, mesmo mexendo com o emocional de Moises por alguns dias, tudo isto só veio a caracterizar que ele parece ser o porta voz da razão...
Justino Cosme – Estudante

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