quinta-feira, 3 de junho de 2010

Coisa do mudo-moderno


-Bom dia! Disse ao senhor que estava cabisbaixo tomando um delicioso café com biscoito no refeitório do hotel, onde eu estava também hospedado. Contudo, ele nada me respondeu, terminou tomar o café e saiu. No outro dia, fiz a mesma coisa, disse: - Bom dia, senhor! Mas nada dele me responder. No dia seguinte, a cena se repetiu.

Quando pensa que não, encontro o referido senhor pedindo esmolas aos transeuntes que passavam na rua. Com uma das mãos e com a boca em murmúrios tentava explicar mímicamente o que queria; com a outra segurava uma “credencial” para reforçar o que buscava dizer, em resumo estava escrito: “Ajude o surdo-mudo. Ele também é filho de Deus”. Depois disso, entendi o porquê dele não ter me respondido pelas manhãs, pois encontrava-o absorto descostas e cabisbaixo sorvendo uma xícara de café. Desse modo, falava com ele, mas o mesmo não me ouvia, e nem conseguia fazer a leitura labial do que eu dizia.

Contudo, fiquei sem entender uma coisa: como é que um senhor, surdo-mudo, que pede esmolas pelas ruas, tem condições financeiras de hospedar num dos hóteis mais “nobres” da cidade?

É... minha gente, o negócio de pedir esmola parece que está mesmo prosperando! Logo, logo largo essa vida de carteiro itinerante.

Justino Cosme, estudante,

2 comentários:

  1. Semelhante atrai semelhante: vc (Cosme)e o presidente são companheiros de ideal, e pessoas que não comungam das mesmas ideias do presidente não poderiam ser surpreendidas por ele, ainda mais em no exercicio de suas atividades profissionais. Que privilegio! Um abraço

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  2. Obviamente caro Cosme voce jamais em hipotese alguma deixaria seua atual profissão para ser um pedinte. No entanto a situação desses infortunados muitas vezes é inveja por alguns de nós seres quase humanos,já me peguei algumas vezes com essa terrivel duvida:dar uma esmola ou fazer-me de cega,surda e muda e continuar meu caminho,meu mundinho colorido.

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